19 fevereiro 2010

Quando A Gente Ama

"Aquele que tentar possuir uma flor, verá sua beleza murchando. Mas aquele que apenas olhar uma flor num campo, permanecerá para sempre com ela. Você nunca será meu e por isso terei você pra sempre..."
É ridículo de minha parte lhe pedir explicações, pois não temos nenhum compromisso. Nos beijamos algumas vezes, trocamos palavras de afeto e olhares ávidos de prazer. Mas não pertence a mim e eu... Eu também não pertenço a você. Pessoas não podem ser possuídas como objetos. Ninguém é de ninguém. Não somos um do outro.
Mas quando colo a cabeça no travesseiro, você é a primeira coisa que me vem à mente. Se sonho, é com o dia que seremos imunes a complicações e algemas, livres um pro outro.
Se ouço uma canção, é como se cada verso falasse de nós dois e quando aprecio o rútilo das estrelas é com seu olhar que eu me deparo. A lua, que já me confidenciou tantos segredos, insiste pra que eu lhe revele o nosso, mas eu exito, afinal, há segredos que são ocultos, inefáveis.
Sua ausência é sarcástica, cruel. Faz transbordar lágrimas em meu íntimo, teima em me lembrar que está distante de mim, beijando outros lábios, acariciando outra pele...
Já nos meus sonhos está sempre presente, transformando em alegria toda minha angústia. Ah, se soubesse o quanto me faz bem ver você sorrir. É como se o mundo inteiro desse infindáveis gargalhadas e todas as rosas vermelhas desabrochassem. É como se a paz reinasse e as pessoas amassem, verdadeiramente, umas às outras, como manda o Criador.
Seu olhar me despe de máscaras, ambiguidades, e semeia em meu âmago o insano desejo de querê-lo sempre por perto. Mas minha ilusão se dissipa, como um castelo de areia que o vento sopra, quando lembro que algo cerceia meus sonhos de tornarem-se reais. São mantidos presos no cárcere da convenção e lá estão a esperar que você os liberte e faça com que sejam mais que meros devaneios de uma donzela apaixonada...

13 fevereiro 2010

Aos Que Creem Em Amor à Primeira Vista

"Quem vai dizer ao coração/ que a paixão não é loucura/ Mesmo que pareça/ insano acreditar/ me apaixonei por um olhar/ por um gesto de ternura/ mesmo sem palavra/ alguma pra falar..."
O olhar morno e pacato da moça que aspirava o perfume de delicadas flores, foi de encontro aos olhos expressivos e intrépidos do rapaz que observava com explícita curiosidade o comportamento dos pássaros.
A natureza ecoava um canto doce e ameno, que acariciava o coração dos apaixonados. O sol brilhava mais que de costume e o céu nunca estivera tão azul. O vento soprava delicadamente e sussurrava "Carpe Diem" nos ouvidos dos que ignoravam a efemeridade da vida.
Os olhares pareciam ligados por uma força sublime, potente e inigualável, que mantinha as jovens almas coesas. Os olhos dele refletiam o que havia de mais enigmático num mar de incógnitas, diferentemente dos olhos da moça, que não carregavam mistério algum, eram dotados de uma sinceridade bucólica, que raramente se encontra em meio a prédios suntuosos e intrínseca poluição. É demasiadamente difícil cruzar com olhos tão desnudos num mundo onde prevalecem as máscaras.
Não era mais uma simples troca de olhares. Eles compartilhavam experiências, sonhos e perspectivas. Aquele insaciável diálogo era assistido pela natureza e o arco-íris que emergia entre poéticas nuvens simbolizava o amor que acabava de nascer.