20 julho 2011

A Vida em Forma de Drama

"Se escrevo o que sinto é porque assim diminuo a febre de sentir." (Fernando Pessoa)




Às vezes a vida parece uma tragédia grega, e nós, enquanto melancólicos personagens desta singular peça, simulamos um sofrimento que deveras nos atordoa.

Tenho sido protagonista do drama que escrevo a cada dia, embasada nos traumas advindos das decepções sofridas e na tristeza que de mim se apodera quando sinto-me vencida pelas circunstâncias.

A solidão é parte fundamental do cenário, que friamente assiste ao meu padecer e me faz companhia enquanto agonizo à espera do "Trem das Sete".

Minhas esperanças se vão com a luz do dia, e o céu de cor cinzenta parece refletir a angústia expressa em cada traço do meu rosto que, desolado, busca nas nuvens uma explicação plausível para os sucessivos males por mim testemunhados.

Durante a peça, o que se manifesta da maneira mais hipócrita é o meu sorriso, que de tão medíocre não consegue esconder meu lastimável estado íntimo.

Enquanto derramo sinceras lágrimas no palco da minha insensatez, vejo um ser cheio de luz deslocar-se da platéia, vindo em minha direção. Ele delicadamente se aproxima de mim e com suas mãos afáveis enxuga o meu pranto. Olha no fundo dos meus olhos enxarcados de dor e diz:

"Erga a cabeça, renove sua fé e corra atrás dos seus sonhos. A peça ainda não chegou ao fim..."

Neste instante eu percebi que aquele ser dotado de uma luz ofuscante e grandiosa, era na realidade o dono da vida, representada na forma de um drama, do qual todos participam, tendo ou não alma de artista.

29 maio 2011

Que Venha a Revolução !

O brilhante discurso da professora Amanda Gurgel, expondo as condições precárias da educação brasileira em geral, mexeu com a opinião pública e me fez refletir sobre os diversos problemas que assolam a sociedade e principalmente sobre a nossa capacidade de solucioná-los, enquanto agentes transformadores que somos. Infelizmente permanecemos muito tempo ignorando o poder que temos, e só quando alguém faz o que não tivemos coragem de fazer ou fala o que preferimos omitir é que despertamos de um longo estado letárgico e finalmente iniciamos uma profunda reflexão acerca do caos degradante para o qual caminha a humanidade.
Enquanto permanecermos de braços cruzados, uma gigantesca massa de miseráveis continuará morrendo de fome dia após dia, os professores continuarão sendo pessimamente remunerados e trabalhando em condições cada vez mais subumanas, ao mesmo tempo em que políticos corruptos desviam o dinheiro público, dinheiro de nós brasileiros, que podia estar sendo investido na educação.
Enquanto permanecermos de braços cruzados, a violência continuará patrocinando o nosso medo e o preconceito manchando a nossa percepção, a natureza continuará sendo funestamente destruída e o egoísmo triunfará ao lado da hipocrisia, enquanto as raras almas solidárias e íntegras serão sacrificadas. O mundo caminha para este terrível fim, e se queremos evitar que isto aconteça, devemos primeiramente abandonar a posição conservadora a que estamos habituados e ir a luta. Não com armas nas mãos, mas com bons argumentos, liderando a primeira revolução pacífica da História (por que não iniciada pela professora Amanda ?) onde as palavras substituem os canhões e a fé substitui a munição.



"Fé na vida, fé no Homem, fé no que virá... Nós podemos tudo, nós podemos mais, vamos lá fazer o que será !" (Sementes do Amanhã - Gonzaguinha)

08 março 2011

Entre um Desejo e Outro

Nós, humanos, temos um defeito gravíssimo: nunca estamos satisfeitos com o que a vida nos proporciona, o que temos parece insuficiente para suprir nossas inúmeras necessidades (que se renovam a cada dia). E isto faz com que a felicidade aparente estar cada vez mais distante de nós, sobre nuvens que a nossa inferioridade intrínseca não nos permite tocar.

Eu, como tantas outras pessoas, tenho lá os meus desejos, concretos e abstratos, mas ainda que conseguisse realizá-los, um por um, o sonho impossível de ter você sempre por perto, me faria ver o quanto estou distante da felicidade plena... =/

06 fevereiro 2011

A Conquista da Felicidade

Descobri que as pessoas, motivadas por um mecanismo de busca à felicidade, tornam-se mais seletivas com o tempo. Separam, através da peneira da vida, as más e as boas companhias, os desejos fúteis e os sonhos nobres, as tarefas chatas e os ofícios engrandecedores... Descartam tudo o que as entristece ou chateia, e reaproveitam o que propicia-lhes momentos de prazer e alegria.
Sendo a vida tão curta, é imprudente perdermos tempo com falsas amizades, paixões mal resolvidas e trabalhos aborrecedores. Nada justifica sacrificarmos nossa existência assim. Também é inadmissível nos acomodarmos diante de uma vidinha medíocre, de um relacionamento que só nos proporciona incompreensão e tristeza ou diante de uma profissão que não aprimora nossas habilidades e passa a ser mais um fardo que temos de carregar.
Quando colocamos o amor-próprio em primeiro lugar, nos desvinculamos de tudo o que não nos faz bem, vivemos em função das nossas vontades, dos nossos sonhos, daquilo que nos proporciona prazer.
Quando colocamos o amor-próprio em primeiro lugar, não nos prendemos a modismos, convenções e tantas outras bobagens que sufocam nossa identidade e nos transformam em meras cópias de modelos ridículos que desvalorizam o que verdadeiramente somos.
Quando colocamos o amor-próprio em primeiro lugar, o que os outros pensam a nosso respeito já não importa, as críticas não nos abalam mais e passamos a refutar todas as energias negativas transmitidas por pessoas que se incomodam com a nossa felicidade.
Quando colocamos o amor-próprio em primeiro lugar, paramos de cobiçar o que é dos outros, o que somos e possuímos já é o bastante para nós e a inveja não faz mais parte do dicionário das nossas vidas.
O segredo para a conquista da felicidade é amar-se, valorizar-se e colocar-se acima de tudo o que o entristece, fazendo dos obstáculos que dificultam sua jornada instrumentos evolutivos que lhe possibilitam crescer cada vez mais.