14 dezembro 2010

Sonho de Uma Noite de Verão

O céu não é mais azul, é negro como o humor dos homens. Os pássaros cantam lágrimas entre suspiros nostálgicos, e o sol não brilha como antes... Os rostos, repletos de cremes, plásticas e maquiagens, ocultam as marcas que o tempo lhes deixara. E os sorrisos, cada vez mais hipócritas, não preenchem o vazio das almas tristes e mórbidas.
O relógio tic-taca sem parar, e as pessoas, escravas do tempo que corre em ritmo inescrupulosamente fugaz, agem de modo mecânico e egoísta, cada vez mais obcecadas por dinheiro e poder.
Nesse cenário sórdido e doentio, desabrocha uma linda flor, entre passos frenéticos nas calçadas e sons que pairam no ar. Essa flor, azul como o céu um dia fora, estabelece um contraste entre a pureza de suas pétalas e a repugnância do mundo que gira ao seu redor.
Uma criança vê de longe a chamativa flor e corre até ela. Com os olhos brilhando de emoção, retira cuidadosamente do chão sua mais esplêndida descoberta, e nomeia-lhe esperança.

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