09 janeiro 2010

Quando Acaba Uma Paixão

"A gente vê que perdeu ou está perdendo alguma coisa morna e ingênua, que vai ficando no caminho."
A respiração ofegante, os seios fartos e desnudos, o lençol úmido de suor, o gosto do amante em sua boca, o cheiro másculo impregnado em seu corpo, a alma ainda viajando, entre campos e desertos...
O sol teima em nascer, a luz entra, sem pedir licença, pela janela e o prazer intenso de outrora se converte na lembrança de uma noite intensamente vivida. O desejo aumenta, até se tornar constante e, com o passar do tempo, começa a declinar. O beijo não é mais gostoso, fazer amor não dá prazer. Deitam-se como dois estranhos e, como dois estranhos, despertam.
Culpam um ao outro pela barreira misteriosamente edificada entre ambos. Se ofendem, pedem desculpas, se abraçam, choram; afirmam que tudo voltará a ser como era antes. Não voltou. Embora vivam na mesma casa, se distanciam mais a cada dia. Comportam-se como dois desconhecidos, contrariando os anos de convivência. Mal se falam, mal se beijam, mal se amam...
Os corpos não se atraem, as almas se desprendem, a união se desfaz. Brigam por qualquer motivo, por qualquer motivo querem o divórcio. De tanto querer, foram parar num tribunal e lá estão a brigar pela guarda dos filhos.
Seus olhares se cruzam por alguns instantes. E, por alguns instantes, se perguntam o que estão fazendo ali, se as coisas não podiam ser resolvidas de outra maneira e por que, por que o amor acabou, o que fizeram de errado ou o que deixaram de fazer... Tantas dúvidas e uma só certeza: o matrimônio se extorquiu, a vida a dois se dissipou. O jeito é seguir em frente, SEPARADOS.

4 comentários:

Unknown disse...

Muuuuuuito pornográfico o começo... kkkk' Mas como sempre muito bons os seus textos Rhaay, continue assim!! =] by:Emih

J disse...

Acho que eu vou discordar de você, Raposa. Não li nada de pornográfico no texto da Rhaynha. Talvez eu seja suspeito pra comentar, porque ela é uma das minhas escritoras preferidas (um dos seres humanos preferidos também, assim como você, Emih. Fica com ciuminho não!), mas achei de muito bom gosto, embora triste. Até coloquei um Haendel de fundo na hora em que li... Se bem que merecia um Chopin, por ser mais doce e triste.

Mas NOVAMENTE, parabéns, Rhay. Você tem o que em Literatura nós chamamos de "economia de meios": você coloca cada palavra na medida e no lugar certo. Nada sobra e nada falta no que vooc escreve. MAIS UMA VEZ, quero externar e registrar o IMENSO orgulho que eu tenho em contribuir um pouquinho pro seu crescimento... Bjo grande. ^^

Vil Imundo disse...

Um dos mais bem acabados exemplos de um canto de cisne! Adoreiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!

Patisca disse...

Palavraas de uma graande(fuutura) escritoora qe particularmeente eu adooro ! *-* kspoaksapoks'
fiicou exceleente,

/beijos, Patisca.

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