13 abril 2009

Desejo Insano

"Quem me dera ao menos uma vez acreditar por um instante em tudo que existe, acreditar que o mundo é PERFEITO e que todas as pessoas são FELIZES..."
Meu ideal seria escrever um texto que irradiasse paz. Uma paz tão contagiante a ponto de contagiar a alma mais vingativa, o guerreiro mais hostil... Almejo escrever um texto capaz de fazer sorrir aquele que se banha na água salgada do próprio choro. Ou quem sabe até, servir de alimento àquele que tem fome, de água àquele que tem sede, uma água tão pura a ponto de regozijar a alma mais ávida de justiça.
Quisera eu que minhas sinceras palavras tivessem o poder de consolar aquele que chora, aliviar a dor daquele que sofre e persuadir, quem sabe, aquela frustrada criatura que ameaça se jogar do décimo quinto andar, fazendo-a enxergar que o suicídio, indubitavelmente, não é a solução mais adequada.
Meu idealizado texto devolveria a esperança àquele que cansou de esperar, a paz àquele que perdeu a família na guerra, a alegria àquele que há anos não dá uma boa gargalhada. Cada sílaba se converteria em infindáveis doses de um medicamento divino capaz de curar aqueles martirizados por doenças até então ditas incuráveis.
As letras, sempre coesas, encarregariam-se de unir estadunidenses e iraquianos, agradar a gregos e troianos, criando, de norte a sul, laços de respeito mútuo e destruindo de vez o etnocentrismo, que nos faz mais soberbos, mais intransigentes.
Minhas palavras rejuvelheceriam os corações obsoletos, transformariam cada miligrama de ódio em uma tonelada de amor, adoçariam a insipidez da vida, devolveriam o brilho dos meus olhos ao cruzar os seus, extinguiriam quaisquer preconceitos ainda existentes, convertendo esse mundo frio e sombrio na materialização sublime dos nossos mais recônditos sonhos...

Um comentário:

Unknown disse...

Indubitavelmente, o texto possui um vocabulário opulento, revelando o vigor e profundeza de espírito de sua autora que se encontra sempre em uma sagaz e incessante investigação pelo seu "eu" íntimo com paz e pureza em intrínseca harmonia com o cosmo capaz de comover um coração pedregoso.

Guilherme, o BoB

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